Lançamento de Livros

 

Lançamento de Livros no X SINGA

 

Dia 15 de Novembro das 18 às 19h30 no Saguão do Auditório Miltons Santos

 

A indissociabilidade entre a questão agrária e a questão racial no Brasil

 

Eduardo Paulon Girardi 

 

A concentração de terras é uma das principais bases da concentração de riqueza e poder no Brasil. Nunca houve no país uma reforma agrária ampla que corrigisse o problema estrutural da questão agrária, a qual tem reflexos em toda a sociedade. Considerando a permanência da questão agrária no Brasil e admitindo o histórico e a atualidade racista da sociedade brasileira, a principal pergunta que este livro busca responder é: como a questão agrária afetou e afeta os negros no campo brasileiro? A conclusão é que a questão agrária e o racismo combinados segregaram os negros às regiões mais pobres do país, restringiram o acesso deles à terra e fizeram com que eles tenham os piores indicadores de qualidade de vida e de condições de produção no campo.

 

GIRARDI, Eduardo Paulon. A indissociabilidade entre a questão agrária e a questão racial no Brasil. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2022.

 

Geografias Agrárias desde a Pan-amazônia: fronteiras do capital e conflitos sócio-ambientais no Brasil

 

Fabiano de Oliveira Bringel, Cátia de Oliveira Macedo, Paulo Olivio Correa de Aquino Junior

 

Temos a honra e a alegria de apresentar a coletânea de textos do XXV Encontro Nacional de Geografia Agrária – ENGA de Belém do Pará realizado entre os dias 08 a 12 de dezembro de 2022. Sob o tema “As Geografias Agrárias na PanAmazônia – lutas sócio-ambientais e fronteiras do capital no Brasil” o evento foi realizado depois de 45 anos de sua existência pela primeira vez na amazônia brasileira. Esse hiato espaço-temporal nos induz a refletir sobre alguns elementos do território brasileiro e, em especial, os que tocam a sua Questão Agrária, especialmente cara a esse espaço. De imediato, alguns paradoxos se apresentam para incrementar o início de nosso debate.

 

BRINGEL,F.  MACEDO, C. O, AQUINO, P.  Geografias Agrárias desde a Pan-amazônia: fronteiras do capital e conflitos sócio-ambientais no Brasi., ENGA. Ananindeua: Editora Cabana, 2022.  



 

Geografia, Crise e Crítica Social no Capitalismo Periférico

 

Anselmo Alfredo (org.)

 

O livro Geografia, Crise e Crítica Social no Capitalismo Periférico, organizado pelo Prof. Anselmo Alfredo, é resultado de longa interlocução com geógrafos que, em sua formação, se compreenderam pela necessidade de interrogar a realidade existente e, ao mesmo tempo, constituir os parâmetros da crítica social que, em certo momento, ainda que necessária, se reconhece nos seus limites. A perspectiva deste conjunto de autores é a de que as determinações da crítica ao capital só seriam possíveis de se realizar se elaborássemos um ponto de vista a respeito de sua crise. Isto porque sem a negatividade crítica do capital estaríamos em sua reafirmação, ainda que a busca do argumento fosse outra. O encontro com a leitura de Marx, incluindo nove anos de estudos de O Capital, junto ao Laboratório de Geografia Urbana do DG, FFLCH-USP, certamente delineou muito dos argumentos aqui elaborados. Se é possível construir um fio condutor nas diferentes pesquisas, a busca das contradições do capital em sua forma particular na realidade brasileira parece ser um dos preceitos que unem a divergência temática, mas não teórica dos artigos aqui elaborados. Ao mesmo tempo, a intenção é a de reconhecer a crise do capital pela periferia, num momento em que a própria periferia, enquanto tal, é questionada, dada a simultaneidade da crise entre centro e periferia fundada no capital financeiro. Por isso mesmo, à periferia não caberia mais a condição de produção de valor do excedente de capital, estando na simultaneidade com o centro na administração do capital fictício. No entanto, se há perspectivas históricas regressivas, vêm no sentido de conduzir o argumento de que a periferia se fez como a crise simultânea à acumulação mundial e que na passagem do capital produtivo ao financeiro a periferia se uniria ao centro pela crise. O livro, nesse sentido se apresenta por sessões temáticas que ajudariam o leitor a construir a perspectiva universalizante da crise como história e lógica do capital. No sentido de que a crise é imanente e constitutiva do capital. Assim, poderia, em suas diferentes formas, ser encontrada em qualquer momento da história do capital, já que a crise é sua lógica negativa e identitária. A periferia seria a forma histórica da crise simultânea à acumulação mundial. A simultaneidade atual, contudo, a partir dos anos de 1970, seria a unidade crítica entre centro e periferia, de modo que esta não seria mais a possibilidade da acumulação do centro. Aqui, a própria lógica centro x periferia poderia encontrar seu limite histórico e lógico.

 

ALFREDO, Anselmo (org.). São Paulo: Editora Igrá Kniga, 2023.  



 

Do Sertão à Fronteira Agrícola: o espaço geográfico brasileiro em transformação

 

Vicente Eudes Lemos Alves

 

Trata-se de uma coletânea que visa debater, à luz de um olhar geográfico, as dinâmicas socioeconômicas e espaciais da hinterlândia brasileira no passado e no presente. Objetiva-se, sobretudo, empreender uma discussão envolvendo a interpretação de sertão enquanto conceito geográfico carregado de uma construção ideológica, mas também enquanto materialidade geográfica que se tornou referência de espaço para ocupação e reprodução do capital em distintos períodos históricos. Enquanto que a constituição da fronteira agrícola, nos moldes em que se visualiza hoje, remonta aos anos de 1970, quando o Estado planejador brasileiro organiza políticas de ocupação desse território para o desenvolvimento de novas atividades econômicas, sobretudo a partir da produção agrícola baseada em monocultivos agroflorestais, na pecuária e na exploração mineral em larga escala, todas essas atividades atreladas às demandas do mercado consumidor externo. Esse amplo espaço geográfico abrange os biomas de cerrados caatinga e Amazônia e suas áreas de transição (ecótonos) e também é portadora de uma ocupação variada de flora e fauna. Vivem neste espaço um elevado contingente da população brasileira, em áreas urbanas e rurais. Nas áreas rurais espalham-se por ele populações portadoras de modos de vida variados. São indígenas, ribeirinhos, gerazgeiros, comunidades de fecho e fundos de pasto, quilombolas etc. Nesse sentido, a coletânea visa trazer para o debate dois conceitos de grande relevância para a geografia contemporânea: sertão e fronteira agrícola, buscando estabelecer paralelos sobre as aproximações e as diferenciações entre eles.

 

ALVES, V. Do Sertão à Fronteira Agrícola: o espaço geográfico brasileiro em transformação. Consequência Editora. 

 

Dinâmicas socioespaciais do Submédio do Vale do São Francisco

Guilherme José Ferreira de Araújo, Clélio Cristiano dos Santos e Edvânia Tôrres Aguiar Gomes.

O livro “Dinâmicas Socioespaciais do Submédio do Vale do São Francisco” trata-se de uma coletânea com textos que discutem as problemáticas do processo de formação desse território sertanejo. Com ênfase nos aspectos que caracterizam a construção da Usina Hidrelétrica de Itaparica, atual Luiz Gonzaga, discute os reflexos da implantação desse grande empreendimento hidrelétrico na dinâmica socioespacial dos municípios atingidos, em especial o município de Petrolândia. Os capítulos emergiram dos debates acadêmicos e dos resultados oriundos do Projeto INNOVATE (2012 – 2016). Uma parceria científica internacional entre universidades e instituições científicas brasileiras e alemães, como a UPE, UFPE, UFRPE, TU-Berlim, UHOH, PIK etc. cujo objetivo era desenvolver pesquisas interdisciplinares sobre os usos múltiplos da água, da terra, o manejo e a governança dos recursos naturais na região do submédio do rio São Francisco.

 

Territorialidades e Educação Geográfica na Amazônia

Ricardo Gilson da Costa Silva, Renata Maria da Silva, Francilene Sales da Conceição,  Alyson Fernando Alves Ribeiro, Mirian Pereira Suave (orgs).

A proposta do livro é promover o debate sobre temas atuais relacionados à questão agrária, territorialidades e educação na Amazônia, atendendo as particularidades e diversidades locais. A coletânea reúne 11 capítulos, divididos em dois eixos temáticos: “Debates da Questão Agrária na Amazônia: entre conflitos e resistências” e “Territórios da Educação Geográfica e territorialidades em disputas na Amazônia”. Os autores são professores, pesquisadores e estudantes do Programa de Pós-graduação Mestrado e Doutorado em Geografia – PPGG da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, vinculados às instituições: Universidade Federal de Rondônia - UNIR, Universidade do Estado do Amazonas – UEA, Universidade Federal do Amazonas – UFAM, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia – IFRO, Secretaria de Estado da Educação de Rondônia – SEDUC/RO e Secretaria de Estado da Educação de Mato Grosso – SEDUC/MT.

COSTA SILVA. R. G. et al. (orgs). Territorialidades e Educação Geográfica na Amazônia. Porto Velho: Temática Editora e PPGG/UNIR, 2023. ISBN 978-65-980426-8-4. DOI: 10.5935/978-65-980426-8-4.B0001.  



 

Dia 17 de Novembro das 18 às 19h30 no Saguão do Auditório Miltons Santos

 

Os Invasores

 

Alceu Luís Castilho, Bernardo Fialho, Bruno Stankevicius Bassi,

Eduardo Luiz Damiani Goyos Carlini, Hugo Souza, Katarina Moraes, Luma Ribeiro

Prado, Nanci Pittelkow , Natália Freire Bellentani



 

O projeto "Os Invasores” produzido pelo observatório De Olho nos Ruralistas, revelou, de forma inédita, os nomes de pessoas físicas e jurídicas por trás de 1.692 sobreposições de fazendas em terras indígenas. Esse volume representa uma área total de 1,18 milhão de hectares sobrepostos — o tamanho do Catar.

Entre os envolvidos estão bancos e fundos de investimentos, grupos multinacionais do agronegócio, tais como Bunge, Amaggi, Bom Futuro, Lactalis, Cosan, Ducoco, Nichio, além de suas subsidiárias e sócios, apresentados na parte I do relatório, publicada em 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas. Na segunda parte, o observatório identificou 42 políticos e seus familiares diretos disputando terras com indígenas, entre eles um senador, dois deputados federais, o governador do Paraná e cinco prefeitos e vice-prefeitos. Somam-se aos invasores os empresários doadores de campanha da cúpula da Frente Parlamentar da Agropecuária e do ex-presidente Bolsonaro.

Elaborado a partir do cruzamento de oito bases de dados públicos estatais e de organizações não-governamentais — terras indígenas (Funai), Sigef, SNCR e SNCI (Incra), Cadastro Ambiental Rural (SISCAR), desmatamento (Inpe), uso e cobertura do solo (MapBiomas) e assassinatos de indígenas (Cimi) —, o projeto permitiu identificar não apenas os invasores, mas também, a forma de utilização do solo das áreas sob disputa.

 

CASTILHO, A. L. ; FIALHO, B. ; BASSI, B. ; CARLINI, E. L. D. G. ; SOUZA, H. ; MORAIS, K. ; PRADO, L. ; PITTELKOW, N. ; BELLENTANI, N. F. Projeto De Olho nos Ruralistas, 2023 

 

Terra Fictícia: capital financeiro e renda fundiária

 

Leandro Renato Monerato.

 

Friedrich Engels, nas últimas linhas do seu Aditamento ao Livro Terceiro de ‘O Capital’, de Karl Marx, profetizava: “Os bancos que se espalharam tanto na Alemanha, sobretudo (com diversos nomes burocráticos), emprestam cada vez mais sobre hipoteca, e com seus títulos o verdadeiro domínio sobre as terras se transfere para a Bolsa, principalmente se os bens hipotecados caem nas mãos dos credores. Atua aí, poderosa, a revolução agrícola decorrente da cultura das planícies. A prosseguir assim, é de esperar o dia em que as terras inglesas e francesas ficarão subordinadas à Bolsa” (ENGELS, 1984, v. VI, p. 1039). Assumimos a previsão de Engels como a nossa hipótese, e o objetivo deste trabalho foi investigar a subordinação das terras ao capital financeiro. Para isso, buscamos relações entre quatro fenômenos contemporâneos da questão agrária brasileira e mundial: a) a Bolsa de Arrendamento de Terras, que entre 1985-1995 chamou a atenção pelo rápido desenvolvimento e colapso; b) a reforma agrária de mercado realizada pelo Banco Mundial em diversos países do globo a partir de meados da década de 1990; c) a corrida mundial por terras a partir das crises de 2007-2008, fenômeno relacionado ao termo em inglês land grabbing; alinhamo-nos aos autores, que chamam a atenção para o processo de financeirização das terras, enfocando a transformação da propriedade da terra, ou mesmo de arrendamentos, em ativo financeiro controlado por bancos, fundos de pensão, etc.; e d) o que denominamos como arrendamento perpétuo, que está na base do processo de centralização de terras pelo capital financeiro. À luz de informações empíricas que indicam esse processo, como as imobiliárias rurais com capital aberto no mercado de ações, revisitamos o Livro III de O Capital, no qual Marx se debruça sobre a teoria da renda da terra em busca das motivações mais profundas para a subordinação das terras ao capital financeiro e suas possíveis consequências. Recuperamos a teoria do capital financeiro e do imperialismo, para contextualizar as transformações agrícolas ocorridas no século XXI, e a história da subordinação da agricultura brasileira ao capital industrial e bancário, que ocorre pari passu ao processo de integração de capitais, conforme mostrou Delgado em Capital Financeiro e agricultura no Brasil. Essa integração de capitais irá colocar em confronto, de um lado, o monopólio financeiro e, de outro, o monopólio da propriedade privada da terra.

 

MONERATO, L. R.Terra Fictícia: capital financeiro e renda fundiária. Marília: Lutas anticapital, 2022. 



 

MARX, A GEOGRAFIA E A TEORIA CRÍTICA

 

Conceição, Alexandrina Luz; Carlos, Ana Fani Alessandri; Sousa Neto, Manoel Fernandes de; Del Gáudio, Rogata Soares (orgs)

 

O presente livro objetiva contribuir no debate, da leitura da geografia, a partir da obra de Marx, em um contexto da crise estrutural do capital.

 

CONCEIÇÃO, A. et al, Marx, a Geografia e a Teoria Crítica. Marília: Lutas anticapital, 2022. 



 

Vilas Rurais de Goiás

 

Rusvênia Luiza Batista Rodrigues da Silva

 

É uma tese que fala da vida de ex agregados de terra em áreas de povoado no Estado de Goiás, traduzindo a condição das relações que se mantém com a fazenda antiga e o apelo da migração para pequenos e grandes centros. Entretanto entrega também as vivências entre esses iguais e sua campesinidade.

 

SILVA, R. L. B. R. Vilas Rurais de Goiás.  Editora Appris, 2022.